sexta-feira, 14 de agosto de 2009
Restos mortais de Jorge de Sena nos Prazeres
O ministro da Cultura, António Pinto Ribeiro, anunciou a trasladação dos restos mortais do escritor e poeta Jorge de Sena de Santa Bárbara, Califórnia, para o Cemiério dos Prazeres, em Lisboa. Já anteriormente anunciada pelo ministro em Junho, esta operação deverá ter lugar na primeira quinzena de Setembro.Considerado um dos maiores intelectuais portugueses do século XX, Jorge de Sena abandonou Portugal em 1959, fixando-se no Brasil e depois nos Estados Unidos, como professor de Língua Portuguesa.
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terça-feira, 4 de agosto de 2009
Lendo a Zambézia: Processos de Hibridação em ‘O Alegre Canto da Perdiz’
Recensão: Paulina Chiziane, O Alegre Canto da Perdiz, Lisboa, Caminho, 2008, 342 páginas
por Ana Luísa Teixeira
O Alegre Canto da Perdiz, último romance de Paulina Chiziane publicado em Portugal em 2008, reafirma a centralidade da escritora na consolidação de uma voz feminina autoral, em Moçambique.
Sem nos determos no debate sobre a existência, ou não, de uma escrita feminina que relaciona conteúdos temáticos e formatos estilísticos à identidade de género da voz autoral, constatamos uma vez mais que a narrativa de Chiziane continua a materializar a condição da mulher moçambicana, contextualizando-a social e culturalmente.
Desde o seu primeiro romance, Balada de Amor ao Vento (com uma primeira edição de autor em 1991, e publicado em Portugal em 2003), que Chiziane tem vindo a construir universos femininos desenhados em constantes fusões entre tradição e modernidade, que proporcionam um encontro criativo entre ficção, realidades históricas e conceptualizações antropológicas: a guerra civil, em Ventos do Apocalipse (1999), a emergência de uma lógica neo-colonial em O Sétimo Juramento (2000), a reinvenção idiossincrática em Niketeche, Uma História de Poligamia (2002).
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Prémio Espiral Maior para Rosa Alice Branco
Rosa Alice Branco venceu o Prémio de Poesia Espiral Maior, um galardão apoiado pelo Âmbito Cultural do El Corte Inglés, no valor de 15 mil euros, que tem como objectivo e promover esta forma de expressão na área de influência das línguas galega e portuguesa. A concurso estiveram 198 obras de Portugal, Galiza, Angola e Brasil, tornando esta numa das mais importantes edições deste prémio.
Os poetas Xosé Maria Alvarez Cáccamo, Xavier Rodriguez Baixeras e Miguel Anxo Fernan Vello formaram o júri desta edição, tendo como secretária com voz e sem voto Amparo Manteiga Vázquez. Segundo as suas palavras, a obra premiada “contém uma proposta poética que leva a cabo um discurso crítico e uma interpretação irónica sobre a Bíblia, centrada na consideração da injustiça que representa a morte consentida pela Providência”.
“A obra vencedora denota igualmente um grande domínio técnico, tanto na composição do poema como no ritmo sintáctico e une uma grande intensidade dramática em equilíbrio com um olhar sereno sobre a realidade imediata”, refere a decisão do júri.
Rosa Alice Branco nasceu em Aveiro, em 1950, tem publicada mais de uma dezena de livros de poesia, à qual se junta uma importante obra ensaística. É doutorada em Filosofia Contemporânea pela Universidade Nova de Lisboa, sebdo actualmente professora de Teoria da Percepção na Escola Superior de Arte e Design, em Matosinhos.
A sua obra está traduzida e publicada em vários idiomas, nomeadamente alemão, árabe, castelhano, francês e inglês.
Marita Ferreira
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Amazon apaga ‘1984′ do Kindle
O Kindle é um leitor de e-books que só se vende nos Estados Unidos. Acontece que uma companhia que opera através da Amazon pôs à venda o livro ‘1984′, de George Orwell, sem ter adquirido os direitos para o fazer. Resultado, a Amazon apagou os e-books dessa obra que tinha vendido. Os clientes foram devidamente indemnizados, mas ficaram a saber que a companhia tem acesso ao conteúdo dos seus aparelhos em qualquer altura. Um Kindle custa cerca de 489 dólares e tem capacidade para 3500 e-books. A questão é: haverá quem esteja disposto a dar esse dinheiro por um aparelho controlado por uma empresa a que se compram e-books? E o que controlam mais as companhias através dos dispositivos electrónicos que nos vendem?
Marita Ferreira
Prémio Peter Pan para Alice Vieira
Flor de Mel, romance juvenil de Alice Vieira, foi distinguido com o Prémio Peter Pan, atribuido pela IBBY (International Board on Books for Young People) e pela Feira do Livro de Gotemburgo, na Suécia.
Sem valor pecuniário, o prémio consta de um diploma para o autor, o ilustrador, o tradutor e o editor sueco e distingue anualmente a um livro infantil ou juvenil de autor estrangeiro com qualidade literária e temática.
Flor de Mel foi um dos primeiros romances juvenis escritos por Vieira e conta “a história de uma criança muito imaginativa que vive com o pai, mas a quem nunca ninguém fala da mãe e para quem ela imagina destinos fabulosos”.
Marita Ferreira
Prémio Acontece de Romance para Dulce Maria Cardoso
O romance “Os meus sentimentos” (ASA, 2005) valeu a Dulce Maria Cardoso o Prémio da União Europeia para a Literatura (http://www.euprizeliterature.eu/), que tem como objectivo promover e divulgar a literatura europeia dentro do Continente.
“Os meus sentimentos” é o terceiro romance da escritora portuguesa. Pelo primeiro, “Campo de Sangue” (ASA, 2002), Dulce Maria Cardoso tinha sido distinguida com o Grande Prémio Acontece de Romance.
Andreia Faria
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Novos títulos nos escaparates
Seguindo as tendências fragmentárias e reinventárias que assaltam as editoras, a Gradiva tem uma nova chancela, a Espuma dos Dias.
O terceiro volume da trilogia Millennium, “A Rainha no Palácio das Correntes de Ar”, chegou com algum atraso às livrarias. A tiragem, distribuída pelas grandes superfícies, esgotou antes de ser vista nas principais livrarias.
Sem atrasos e com mais discrição, assinala-se a publicação, pela Ulisseia, de “Norte”, segundo volume de uma trilogia com que o escritor francês Loius-Ferdinand Céline encerrou a sua obra literária.
Em Norte (Castelos Perigosos, o primeiro volume, tinha já sido publicado pela Ulisseia), a errância pela Europa da II Guerra Mundial, perdendo as esperanças quanto a uma vitória do Eixo, é servida pelo ritmo frenético e pela acutilância do autor. A tradução é de Clara Alvarez.
Andreia Faria
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