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terça-feira, 4 de agosto de 2009

Lendo a Zambézia: Processos de Hibridação em ‘O Alegre Canto da Perdiz’

Recensão: Paulina Chiziane, O Alegre Canto da Perdiz, Lisboa, Caminho, 2008, 342 páginas

por Ana Luísa Teixeira

O Alegre Canto da Perdiz, último romance de Paulina Chiziane publicado em Portugal em 2008, reafirma a centralidade da escritora na consolidação de uma voz feminina autoral, em Moçambique.

Sem nos determos no debate sobre a existência, ou não, de uma escrita feminina que relaciona conteúdos temáticos e formatos estilísticos à identidade de género da voz autoral, constatamos uma vez mais que a narrativa de Chiziane continua a materializar a condição da mulher moçambicana, contextualizando-a social e culturalmente.

Desde o seu primeiro romance, Balada de Amor ao Vento (com uma primeira edição de autor em 1991, e publicado em Portugal em 2003), que Chiziane tem vindo a construir universos femininos desenhados em constantes fusões entre tradição e modernidade, que proporcionam um encontro criativo entre ficção, realidades históricas e conceptualizações antropológicas: a guerra civil, em Ventos do Apocalipse (1999), a emergência de uma lógica neo-colonial em O Sétimo Juramento (2000), a reinvenção idiossincrática em Niketeche, Uma História de Poligamia (2002).

Português moçambicano em livro

Português Moçambicano — Estudos e Reflexões é o título da obra sobre a língua portuguesa naquele país africano, compilada sob a coordenação da professora doutora Hildizina Norberto Dias e apresentada no último dia 2 de Julho no Centro Cultural Português, no Maputo.
A obra, com 420 páginas, está organizada em 15 capítulos e contou com a colaboração de Orlanda Gomane, Paula Cruz, Elda Santos, Cecília Mavale, Geraldo Macalane, Ernesto Júnior e Orlando Bahule, professores de português da Universidade Pedagógica do Maputo.
Neste trabalho foram analisados «os níveis sintácticos, semântico e sociolinguístico da língua portuguesa falada em Moçambique», segundo uma nota da CCP/Instituto Camões.